Tuesday 24 December 2019


Great health and a bountiful living
Is my wish to you. Be merry!
So long as you live and your chest is heaving,
Greet all Life's blessings that once long did tarry.
Any foe that Chance has laid upon you
May Faith be keen and soon defy
And by friends supplanted be its evil, who
Shall never render you a teary eye.
When Yesterday has led your song astray,
Hold on! Raise your head in tender greeting
Sing as blithely the next day,
Knowing your heart is still alive and beating.
Whatever be your longing quest,
I wish you find and at reachable heights -
Perpetual Happiness that makes your chest
A hearth and home where it resides.







Thursday 21 November 2019

I look at you when you are sleeping
How beautifully you sink into a dream
The night is sweet and long from weeping
The thoughts as peaceful as they seem.

Never have my prayers been more
Serene, and this Life has felt more real -
I look at you and at my fore
A prayer come true is lying still.

Tuesday 6 November 2018

My beloved,
I cannot accept your try to overpraise me
For if I did, I would not know myself.
I know your eyes are true and clear; yet, thinking well,
I also know that love can make a man not see.
And from so many knowings and so many learnings,
I could not be more frail in knowing Life.
How many times did I yield to a self-devouring strife
and you brought my breath to many happy returnings?
How many times was I reborn?
How much of my time have you taken from old?
I have always had your hand, thus
You always shall have mine in any kind
of song this Life may throw on us.
So dance with me. My feet are worn.
’Twas time for my wings to unfold.




Friday 10 March 2017

What kind of constellations reign your eyes?
Upon the river, swelling and ascending
brought to me only to mesmerize.
Only sky knows to what arms they’re wending
when the evening gently sways
to the rhythm of my ink.
Only she, what colour is their blink
when they’re viewing a beloved face.
I many times have sought to hinder
this Love, mocked by inspiration’s own relentless pen
and yet it burnt my heart to tinder
brighter, bigger stars arose again.
Unreachable, my Dear! Much like your own ˗
like a swirling wave did recommence
a self-sufficing thought of inconvenience
of which eager flame I feed alone.
And if I was meant to love you so
swathed in a desire never-kissed
with a song to touch your lips, at least!
My rhymes shall wear your sign; Only I know
Only I, my Dear, how beautifully
they bloom from deep within my chest. Oh, how alive!
And all the mighty life is given back to me
every time I watch them thrive.



Thursday 3 November 2016

I do wonder whether flowers
die and how alive can be the spring?
I do entreat the mighty powers
to tell Thee what I cannot sing...

Friday 20 February 2015

Enquanto eu for descobrindo




Enquanto eu for descobrindo o primórdio da beleza
fecha-me os olhos para vê-lo.
Enquanto eu for descobrindo a língua portuguesa
sê o meu Fado mais belo.
Sê o meu passo.
Enquanto eu for descobrindo como amar
deixa-me ir para que possa voltar...
A liberdade de gaivotas e os fundos oceanos
serão  a medida do quanto nos amamos.
Sê o meu Destino.
Enquanto eu for descobrindo a sorte
sê o homem do meu Feminino.
Ajuda-me a brandir a minha espada
quando a batalha se tornar intensa
em caso de morte, sê a minha renascença
porque sem ti não sou nada
nem na Vida, nem sequer na Morte.
Sê a minha crença.
Sê a couraça da minh’alma desarmada
enquanto eu for descobrir o Perfeito
e jamais poderei ser derrotada
caindo e erguendo-me como quem vença
por saber que te trago no peito...



Sunday 6 April 2014


Que orquídeas despertaste em mim?
Que emoção, por ti um desvelo
no meu coração à míngua,
triste perdido destino de gelo?

Há muito tempo que não escrevo
a um homem vivo.
Todas as palavras parecem alheias.
A mulher que uma vez já era,
perdi-a não sei onde.
O amor (e tanto amor que tinha...!)
escasseou-se-me nas veias...
O que me resta para te dar?

O meu cérebro é um quadrado torto.
Um ângulo é redondo e os outros três
não existem.  O que me resta?
Tu não estás morto!
O que me resta para dar 

a um vivo, belo homem que tu és...?


Inwardly seeing the cruelty of yearning,
begging my life to give me a sake, -
why do I feel that my heart is burning?
How could we distant this paradise make?

Silently words in heart I still keep
for once I'll be treading in front of your face,
and then, I confess, in soul I will weep, -
when my eyes with your eyes will gently embrace.


Friday 4 April 2014

No meu ventre

O dia em que, tão difícil de sorrir,
respiro fundo para relembrar a Vida.
A ausência das palavras que sinto presentes,
a ansiedade pelo Desconhecido descoberto,
a hipocrisia de um traço torto
entre o saber e o querer saber.
Ah, Vida... Quando desço para a Terra,
a aterragem é turbulenta e o rumo morto.
O corpo move-se de modo ambíguo
em que um dos sentidos é não fazer sentido.
A nudez da minha consciência interfere
com o meu traje de postura petulante,
e despe-me até ao pudor da essência,
degolando severamente os pináculos
 da hipocrisia do traço torto
entre o saber e o querer saber.
...Nunca por esculpir o Fim...
A vida é estranha! Estranha!
Amar é chorar, o Céu é obeso,
e a Lua parece uma bola de Berlim.
Não sei se o Mundo é redondo, mas reconheço
nos meus ombros o seu peso.
Sorrir depois de tê-lo vivido é como
abotoar o traje depois
de anos a comer em excesso.
A náusea provocada é tê-lo vivido.
Tê-lo vivido é a náusea provocada.
Ter alma de poetisa é gerar o Universo;
é carregá-lo dentro do meu ventre
e sofrer de contrações para sempre
sem nunca dar à luz o nexo!
É despir o coração e ter sexo
com as serenatas lúcidas em verso
e pelos ritmos sôfregos compostos
beijar os lábios de mil rostos.

Monday 10 March 2014

Se estivesses aqui

Se estivesses aqui, fazíamos amor
neste quarto, nas borduras brancas
O mar lá fora, as tuas mãos nas minhas ancas
pele a pele num belo, nítido esplendor.

Cobria-te de beijos, se estivesses cá
e ondulavam os corpos em avidez envoltos
Eu de renda... cabelos soltos...
Quero-te, Amor... Quero-te já...

Esta distância que tento olvidar de dia,
à noite devagarinho ascende a lua
as saudades numa etérea fantasia...

Tens-me toda e de alma nua...
Enquanto estamos longe, entrego-me à poesia
em que sou tua e só tua.

Wednesday 15 January 2014

How can the rain with my passion start burning!
Changing the road can not cure my desire, -
my Dear, flames can not cease, they are just turning
from water to earth, from earth back to fire...

(From fire to tears, from tears to a pen,
from pen to the rhymes and to fire again.)

Thursday 9 January 2014

prostrados andámos
peixinho e eu
dei-lhe os pulmões
em troca de pele dourada

Thursday 31 October 2013

Reta ao escuro



Esta noite levou-me todo o vocabulário.

     No Outono das pálpebras vi cair as palavras que se juntaram à terra como os ossos dos amantes mortos. A estagnação do tempo, o silêncio da hora... Os segundos contados são as lágrimas caídas na sensatez supérflua. Penso em tudo e penso em nada, porque o meio-termo é a paz eterna e a paz eterna é morrer.


     Sempre senti fascínio pela Vida, mas nunca consegui salvar-me do naufrágio. Debruçada pelos convés laminados do ponto de interrogação, derramei os pensamentos de sal e cicatrizes em que o espanto teme e arfa até se resumir ao tamanho de um aljôfar encontrado no mais estranho canto do bolso no fim de um dia de chuva e tráfego.

     Sinto-me pequena, tão pequena; e que alheamento furtou as dimensões exímias, onde uma vez respirara o ar álacre e estremecera a tonalidade dos meus sonhos pelas cordas livres de vigília? Há o Amor à vista do outro lado do vidro descortinado. A grandeza vislumbrada provoca tamanha sombra, que nela me perco e não me encontro e já não é o Mundo que me faz pequena; é a Vida que não me engrandece. É a Vida... Este fascínio vil, a pérola esquecida que hoje encontrei no bolso ao ir à busca das chaves da minha casa sem ti.
     

O fim do dia. O vento devora as cortinas convulsas ausentes ao meu desejo. Estou dois mil e quinhentos quilómetros longe da minha infância e duzentos e vinte e oito anos-luz longe do meu Eu. Nesta terra valente e imortal não estou mais perto de mim. Estou apenas menos longe.

Estou aqui, Shedar... aqui.
Brilha e ascende em mim a lágrima da minha última esperança.