Que orquídeas despertaste em mim?
Que emoção, por ti um desvelo
no meu coração à míngua,
triste perdido destino de gelo?
Há muito tempo que não escrevo
a um homem vivo.
Todas as palavras parecem alheias.
A mulher que uma vez já era,
perdi-a não sei onde.
O amor (e tanto amor que tinha...!)
escasseou-se-me nas veias...
O que me resta para te dar?
O meu cérebro é um quadrado torto.
Um ângulo é redondo e os outros três
não existem. O que me resta?
Tu não estás morto!
O que me resta para dar
a um vivo, belo homem que tu és...?
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