A memória ainda como o Sol se ilumina
O quanto eu lia Dinis e Pessoa
Esta perdida, sonhadora, utópica menina
Que tanto quis amar... Ah, o tempo voa...
Olhava do meu quarto para o Tejo
Naquelas tardes febris de Agosto
E os meses passavam sem um ensejo
De falar contigo rosto a rosto.
E quando parti, foi de mão decaída
com que segurava nas malas
Tantos sonhos meus ainda lutam pela vida,
Tanto choro, cada vez, na hora da partida.
E tu, meu consorte... Só vens agora?
Então ama-me já, não esperes...
O teu amor ainda como o Sol se demora
Porque é que não me queres? Não me queres...
Será que esta Terra ainda oferece-me as boas vindas
E toda a minha vida como o Sol se rebrilha
E eu penso para mim: "Olha, que lindas
São todas as horas da nossa partilha...?"
Até já, Portugal...
Eu digo-te como o Sol que nunca desiste.
Prometo que todas estas lágrimas de sal
me tornam só um pouco triste.
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