Saturday, 27 September 2025

Até já, Portugal

 A memória ainda como o Sol se ilumina

O quanto eu lia Dinis e Pessoa

Esta perdida, sonhadora, utópica menina

Que tanto quis amar... Ah, o tempo voa...


Olhava do meu quarto para o Tejo

Naquelas tardes febris de Agosto

E os meses passavam sem um ensejo 

De falar contigo rosto a rosto.


E quando parti, foi de mão decaída

com que segurava nas malas

Tantos sonhos meus ainda lutam pela vida,

Tanto choro, cada vez, na hora da partida.


E tu, meu consorte... Só vens agora?

Então ama-me já, não esperes...

O teu amor ainda como o Sol se demora

Porque é que não me queres? Não me queres...


Será que esta Terra ainda oferece-me as boas vindas

E toda a minha vida como o Sol se rebrilha

E eu penso para mim: "Olha, que lindas

São todas as horas da nossa partilha...?"


Até já, Portugal...

Eu digo-te como o Sol que nunca desiste.

Prometo que todas estas lágrimas de sal

me tornam só um pouco triste.



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