Tuesday 20 November 2012

A dança


Um pedaço da eternidade...
contigo, em cada momento presente.
Como agora, o cheiro da chuva,
o cheiro do teu cheiro,
a iluminação febril, a lua...
Junto à janela alagada
escrevo, coberta de flores...tua...
um afeto inocente e manso,
um poema de um simples “Obrigada,”
esta noite, cheia de paz, de descanso.

Nessa luz perene em que me beijas
descortino um crepúsculo de  amor,
um renascer das mais vívidas auroras
que me ponham a dançar até tardias horas
no meu vestido doido multicor,
com o ramo de cerejas!
Bem sei que foi p’ra ti que o vesti...
E em cada gesto, em cada dança
vem-me à lembrança
que nada move, que nada ri
onde tu, Amor, não estejas.