Wednesday 12 December 2012

Dizer


O que dizer quando se sente o que eu sinto?
As palavras não sabem o que eu sei
e eu não sei o que é que sinto.
Como é que se diz
o que se está a sentir num só poema sucinto?
Oh, amor, se em ti e contigo, sentir é ser feliz...

O que dizer quando a voz não fala mas ri de si?
Oh, amor, pudesse eu dizer então porque é que choro...!
As lágrimas da abundância, venturas plenas,
que és o sangue circulando nas veias
em que nasceu a minha vida que adoro...
(O que dizer quando se ama como eu te amo a ti?)

Amo-te tanto

Estou viva, viva de morrer
e de tanta vida, morrendo e sempre renascendo
em ti, repleta de riso e pranto.
O quanto te amo, ah, o quanto?
Por mais de um toque, por mais do teu terno semblante,
trago-te nas mãos unidas, trémula de te perder,
como a mais preciosa pérola brilhante.

Sou uma réstia da tua luz mais alta,
quieta, prezo o nascer das tuas alvoradas,
absorvo a penumbra para que despontem.
Ah, se eu morrer hoje de tanto ontem
no teu amplexo, sôfrega de respirar,
por abundância que seja, não por falta
e por saber que mais nada tenho p’ra te dar!

O amor nasce num olhar e morre em poesia.
Desde que escreva somos eternos,
desde que este amor cante por nós!
E se eu morrer amanhã de tanto hoje,
para ti mais uma vez me levanto
nos teus braços vou fazer cintilar mais um dia
e viver... viver! Amo-te tanto!